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sexta-feira, 24 de abril de 2009

O DRAMA DAS DROGAS - O QUE ESTÁ FALTANDO PARA OS PAIS DE HOJE?

Fonte: Publicada em 24/04/2009 às 09h00mClicRBS, Zero Hora, Diário Gaúcho e OGLOBO.
'Começou com a maconhazinha no colégio, acho que não fui enérgica o suficiente', diz mãe que matou o filho viciado em crack em Porto Alegre.
PORTO ALEGRE - A representante comercial Flávia Costa Hahn, 60 anos, afirmou em entrevista ao jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, da rede RBS, que não foi enérgica o suficiente com o filho ainda na época do colégio. No domingo de Páscoa, Flávia matou seu único filho, Tobias Lee Manfred Hahn, 24 anos, viciado em crack. Em sua casa de três pavimentos com piscina, na região conhecida como Sétimo Céu, no bairro Tristeza, em Porto Alegre, ela falou sobre o drama da família e disse que o tiro foi "um acidente". O revólver usado no crime foi o do marido, Manfred Oto Hugo Hahn, 75 anos.
Flávia afirmou que foi mãe após os 30 anos e o filho era muito desejado pelo casal. O casal morava nos Estados Unidos e a casa em Porto Alegre foi feita quando ela engravidou. Logo depois do nascimento, a família foi morar na Venezuela, onde ficou por nove anos. Ela descreve o filho na infância como "espoleta, bagunceiro, hiperativo". Ao voltar para o Brasil, Flávia voltou a trabalhar.
- Acho que foi ali o meu erro. Pensando que ele estaria bem no colégio, tinha uma pessoa muito boa (uma empregada) cuidando dele - diz ela.
A mãe diz que ficava com o filho à noite e nos fins de semana e achou que isso era suficiente.
- Pensei que isso seria suficiente, mas não foi para o Tobias. Ele saía com os amiguinhos, começou com a maconhazinha no colégio. Acho que não fui enérgica o suficiente - diz.
Flávia diz que Tobias, filho único, sempre a dominou.
- Tinha um jeitinho de pedir as coisas que eu não podia negar. Quando não estava no crack, era muito carinhoso. Era a mãezona dele. Às vezes, eu brigava com meu marido, que era mais enérgico, para defender ele. Foi muito mimado por mim. Acho que foi esse meu defeito.
Segundo ela, Tobias usava droga desde os 14 anos e passou da maconha para a cocaína. Mantinha o vício assaltando e roubando. Ela diz que não sabia.
- A gente é sempre a última a saber. Então eu consegui um trabalho em Brasília e fui para lá. O meu marido ficou aqui, desesperado, não aguentou a situação. O Tobias batia no meu marido, maltratava a pessoa que cuidava do meu marido. Então, levei ele para Brasília - conta.
Na capital federal, diz ela, o filho deixou a cocaína e passou a consumir apenas maconha. Lá, Tobias fez curso de modelo, musculação e cuidava da pele. Em seguida, ela se mudou com o filho para o Rio e Tobias manteve o consumo de maconha.
- Mas nunca me pediu dinheiro além da mesada de R$ 300. Ele ia à praia, fez curso de guia de turismo e trabalhava como modelo. Até a Xuxa chamou ele para entrevista - conta.
O inferno, segundo ela, começou em 2006, quando retornou a Porto Alegre.
- Ele reencontrou antigos amigos e começou a usar crack direto. Aqui é muito fácil. Vivemos em uma zona residencial classe A, mas se caminha 200 metros e tem uma vila com três traficantes e do outro lado tem um beco com um monte de traficantes. O crack é muito barato. Qualquer um tem R$ 5 para comprar.
A mãe contou que o filho não aceitava internações e sempre retornava ao vício. O dinheiro que ganhava no trabalho era usado na compra de drogas. Começou então a agredi-la.
- Quando surtava, ele me batia. Me bateu várias vezes. Às vezes, ele dava tapas no meu rosto e a cabeça voava. Ficava toda machucada. No Natal passado, ele queria dinheiro, eu não tinha, e ele me tirou a soco de casa até o bar do seu Adão, que é meu amigo, aqui perto, para pedir R$ 20. Estava fechado. Ele me empurrou a soco, escadaria acima, até a casa do seu Adão. Eu caía, levantava, ele me empurrava para ir mais rápido. Não tinha ninguém. Tive de voltar em casa, pegar o cartão de crédito e ir no banco sacar dinheiro. Eu era o banco 24 horas dele - afirma.
Flávia diz que dava dinheiro ao filho para ele não roubar outras pessoas e cometer um crime. Até peças do carro dela ele teria vendido para comprar drogas, além de casacos e sapatos da mãe.
Para evitar, trancava toda a casa e deixava acesso à cozinha e ao quarto dele.
- Ultimamente, ele só ameaçava colocar fogo na casa. Tinha medo dele.
A aposentada diz que a família passou a ser refém do crack, mas nunca perdeu a esperança de o filho deixar a droga. Também, acrescenta, nunca pensou em matá-lo
- Nunca pensei que pudesse ter uma atitude radical com o Tobias. Só peguei aquele revólver para assustá-lo. Foi um tiro só. Um acidente. Não direcionei a arma, não apontaria para o rosto dele. Ele passou correndo por mim, estava desnorteado. Tentou me explodir com gás dentro da cozinha, foi dramático. Estou na mão de Deus e da Justiça. A coisa mais preciosa que eu tinha, já perdi. Tudo que vier, vou receber como tem de ser.
Flávia afirma que a vida ficou vazia sem o filho.
- A vida parece que parou. O centro das minhas atenções era meu filho. Por mais que me usava para comprar droga, eu estava sempre perto dele. A vida está vazia. Domingo passado era aniversário dele. Fomos ao cemitério, levei flores e rezei por ele. Vou a uma igreja espírita. O pior momento dessa tragédia foi ver o meu filho sem vida. Hoje vivo um dia após o outro.
NOTA: Este é o drama que vivemos, num mundo medíocre das drogas, tenho amigos que estão na mesma situação, eu não sei o que faltou para eles, mas acredito que o amor familiar é o que faltou, a educação de casa, dos pais.
O respeito dos pais perante seus filhos já não são mais os mesmos que erão a vinte anos atrás.
Muita liberdade, o falso amor, onde você para querer ter o amor do seu filho tenta comprá-lo com objetos da moda, dando lhe de tudo , aliás quase tudo, pois o amor incondicional de pai e mãe na maioria das vezes sempre fica faltando, e quando se descobre isso já tarde demais, o traficante fez isso por você deu o amor e o prazer que ele tanto queria!!
Antonina esta vivendo hoje uma situação alarmante, os jovens não tem perspectiva nenhuma de trabalho, seus pais já veêm desistruturado de sua base familiar e acaba não dando conta do recado, consequentemte isso é passado ao seus filhos e aí vira uma bola de neve.
_Educação de Base - Estrutura familiar
_Educação Institucional - Poder Público
_Incentivo a inclusão ao Setor Produtivo
_Estabelecimento de Regras e Deveres
_Proteção aos Direitos da Criança e Adolecente (ECA).

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