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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

MORRETES NA MÍDIA

Como a nossa cidade anda a passos de TARTARUGA, essa reportagem vem bem a calhar!!!
Como homem Rural que sou não perco o GLOBO RURAL dos DOMINGOS e olhem a 1º reportagem.
Ali em Morretes até as TARTARUGAS DÃO mais resultados que alguns SECRETÁRIOS do nosso Município.

A primeira reportagem deste domingo vai a Morretes, no Paraná, para mostrar uma criação pouco comum: a de tartarugas.
O Sr. Ricardo Romanetto nos convidou para conhecer o trabalho que ele desenvolve com uma espécie de tartaruga brasileira, a tigre d'água. Tudo autorizado pelo Ibama.
Morrentes fica a 80 quilômetros de Curitiba, descendo a Serra da Graciosa, uma região coberta pela Mata Atlântica.
Uma estrada ladeada pelas árvores termina na Reserva Romaneto, onde a reportagem é recebida pelo Senhor Ricardo Romanetto.
Em tanques da entrada da propriedade o Sr. Ricardo cria vários tipos de peixe. "Por enquanto eu ainda não estou criando comercialmente peixes. Hoje eu só crio as tartarugas Tigre d'água que é o que mantém a fazenda". Com a mata preservada, não falta água para abastecer os tanques de peixes e tartarugas. Dos 50 hectares da propriedade quase 40 só tem floresta.
E não demora muito para se avistar a represa com as matrizes e os reprodutores da Tigre d'água.
São 1.100 exemplares que o Ricardo recebeu do Ibama. "Eu não tenho nenhum compromisso de libertar esses animais na natureza. Nós já colocamos a disposição para que o Ibama fizesse esse trabalho, mas nunca foi solicitado. O meu objetivo é comercial, mas ele está ligado à parte concervacionista. Porque enquanto você cria um animal legalizado e você coloca a disposição do mercado tartaruguinhas legalizadas que vão competir diretamente contra o tráfico".
O nome cientifico da tartaruga Tigre d´água brasileira é Trachemys dorbignyl. Na natureza ela ocorre principalmente na Lago dos Patos, no Rio Grande do Sul e há registros de sua existência também na Argentina e no Uruguai.
Sua beleza tornou-se um atrativo para o tráfico de animais silvestres. Chegando as mãos dos consumidores que pagam para criá-las em aquários.
Para tratar os animais apreendidos ou entregues pela população o Ibama mantém unidades como a do município de Tijucas do Sul, no Paraná.
É o CTAS - Centro de Triagem de Animais Silvestres - que hoje tem arara, macaco, tucano, tamanduá mirim, papagaio e vem chegando alguns exemplares vemigre d´água.
"Esses exemplares vieram da entrega voluntária. Então eram pessoas que tinham em casa, sem autorização, vindas do comércio ilegal. As pessoas desconhecem o tamanho que elas podem chegar, o tipo de alimentação adequada. Esses animais vão ficar em observação. Como eles não tem condições de voltar à natureza, a gente encaminha para instituições com registro no Ibama. Os zoológicos, criadores", explica a bióloga do IBAMA, Taís Fernandes.
São criadores cadastrados como o Sr. Ricardo Romanetto que de tempos em tempos vem até o Ibama para levar os animais liberados. "Esses exemplares não podem ser comercializados, mas os filhotes sim nascidos no cativeiro podem".
Em uma carreta especial, Ricardo retorna a propriedade com mais algumas matrizes e reprodutores para a sua criação. "Hoje a nossa proporção é por acaso, porque os animais são entregues para nós, são uma média de três fêmeas para cada macho", conta Ricardo.
"Lidar com esses bichinhos é fácil. Eles não dão muito trabalho. Como eles são aquáticos, isso facilita", afirma o tratador Anderson Gonçalves Siqueira.
O único trabalho é a alimentação das tartarugas. Só uma vez por ano se faz a recontagem dos animais do tanque.
"A diferença principal entre o macho e a fêmea são as cores. O macho ele é mais branco e a coloração da fêmea é mais preta. Em baixo dos animais também dá para ver bem a diferença. O rabo da fêmea é pequeno e do macho é maior. A fêmea é mais colorida e maior que o macho. A cabeça do macho é mais preta e da fêmea tem cores, a cabeça é toda rajada. Se mexer muito, ela pode morder e quando isso acontece tem que deixar ela soltar por livre espontânea vontade, se puxar é perigoso fazer um corte profundo", explica o tratador.
Os ovos coletados nos ninhos que as tartarugas fazem na beira dos tanques são armazenados em bandejas, cheias de areia grossa. Nas caixas eles ficam até o nascimento.
Por conta da temperatura constante, 29ºC, e a umidade controlada os ovos eclodem por volta de 72 dias. Se fosse na natureza, demorariam três, quatro meses.
Todos os anos nascem no local cerca de sete mil tartaruguinhas. "Já nasce andando mesmo, bem formada". Para quebrar o ovo ela usa um dentinho, que cai depois de uma semana do nascimento.
"Eles ficam em salas descansando de dez a doze dias e depois elas vão para um outro recipiente com água e comem uma alimentação própria para tartaruga".
As tartarugas nascidas na fazenda do Ricardo, são embaladas e vendidas para lojas de pequenos animais no Brasil inteiro. Junto com elas vai um certificado de origem, reconhecido pelo Ibama. "É um bom negócio porque o Brasil hoje procura animais legalizados".
Nas lojas que vendem corais, peixes ornamentais e ostras as Tigres d´água reforçam o colorido dos aquários a espera de compradores responsáveis.
É bom lembrar que em condições normais, a Tigre d´água vive até 100 anos e para ter uma vida saudável vai precisar de um aquário com rampa para que saia da água quando iniciar o seu processo de crescimento.
Elas são vendidas pequeninas, mas bem tratadas atingem até 30 centímetros já no terceiro ano de vida. Antes de comprar uma espécie da fauna brasileira é importante saber a origem da criação e vale um alerta: no mercado ilegal, existe a tartaruga Tigre d´água americana, que é bem parecida com a nossa.

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