O vice-presidente eleito e presidente do PMDB, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira (1) que as eventuais nomeações de Nelson Jobim para o ministério da Defesa e de Sérgio Côrtes para a pasta da Saúde são da cota pessoal da presidente eleita Dilma Rousseff e não entram na conta do espaço do PMDB.
O partido, segundo Temer, pleiteia ocupar outros cinco ministérios no próximo governo. Depois de terem visitado Dilma na terça-feira (30), Temer, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), se reuniram novamente nesta quarta-feira.
Temer disse ter ouvido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), a definição de que Côrtes entrou na cota pessoal de Dilma. Foi por isso que o governador não teria procurado o partido para fazer a indicação.
"Ele (Cabral) me disse: Temer, eu não procurei ninguém porque foi na cota pessoal, ela me chamou, disse que queria um técnico, disse que aprecia muito o trabalho do Sérgio Côrtes, que queria um técnico e que entrou na cota pessoal dela. Assim como entrou naturalmente a Defesa, que entrou na cota pessoal da presidente. O PMDB está tranquilo com isso", afirmou Temer.
O vice-presidente eleito afirmou que seu partido deseja ocupar outros cinco ministérios no governo Dilma. "O partido está pleiteando cinco, que é mais ou menos o que existe hoje". Segundo Temer, dois ministérios seriam indicados pela bancada do PMDB na Câmara, dois pela bancada do Senado e o quinto seria indicação do próprio vice eleito. "Seriam duas indicações da Câmara, duas indicações para o Senado e se houver cota pessoal minha eu indico".
Ele ressaltou que cabe a Dilma bater o martelo sobre a distribuição dos cargos e defendeu calma para a definição. "Estamos conversando com a presidente Dilma e ajustando essas questões e nós temos que fazer isso com muita calma. Eu vi o noticiário hoje muito prejudicial à imagem de todos e não está acontecendo nada disso. O que há é desconforto de quem quer um pouco mais, ou um pouco menos, mas estamos trabalhando".
Temer disse esperar que até a próxima semana esteja definida a cota do PMDB no próximo governo. Segundo ele, após esta definição a presidente eleita deverá partir para a negociação com outros partidos da sua base de apoio.
Nomes
Na entrevista, Temer acabou avançando em nomes. Ele afirmou que a bancada da Câmara estaria satisfeita com a possível permanência de Wagner Rossi na Agricultura. Temer disse ainda que não há definição sobre o ministério das Comunicações, mas fez elogios a Paulo Bernardo, cotado para a função.
Temer minimizou ainda as declarações de Moreira Franco reclamando da falta de prestígio do partido na negociação. Moreira Franco é apontado como possível indicado de Temer para a pasta das Cidades. O vice eleito diz que o aliado lhe telefonou e explicou que suas declarações não foram exatamente as publicadas. Segundo Temer, Moreira Franco apenas levantou a questão de que não pode haver falta de prestígio na interlocução entre o partido e a presidente eleita.
Sobre a disputa pela presidência da Câmara, ele afirmou que haverá um acordo entre PT e PMDB para fazer um revezamento na Casa, mas não quis dizer quem deve ficar com os primeiros dois anos.
Fonte: Gazeta do Povo
"É só apertar que ela cede, essa é a nossa presidenta, ela ainda vai "TEMER" muito. - Reginaldo Gouvea
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